Neptunismo, video, P&B, som
Filmado na zona costeira da Fonte da Telha, o vídeo mostra destroços piscatórios e uma viagem cíclica entre a cidade e o mar, através duma performance protagonizada por uma mulher. Nos gestos ritualizados e repetidos desvela-se e confronta-se a sua identidade, a que os excertos da obra O Marinheiro de Fernando Pessoa parecem conferir maior paradoxalidade.
Com tanto de encantatório como de melancólico, o filme apropria-se duma mitologia geográfica ligada ao mar, a última fronteira entre o mar e a Europa. No estereótipo feminino da cultura portuguesa traçam-se também as heranças sociais e políticas dum destino fatal, impossível de mudar. (Emília Tavares, MNAC)
A dor, a perda e a solidão destroem o desejo de comunicação e o que resta é um silêncio estéril, que devora a partir do interior aquele que o experimenta. Quando alguma palavra porventura escapa, é sempre fragmentária, tortuosa e torturada. O discurso vem mais para interromper o silêncio do que o silêncio para interromper o discurso. (Marta Rema, Museu Júlio Pomar)
Museu Júlio Pomar 2019
Museu do Chiado MNAC
Maus Hábitos Porto